
O BIÊNIO 2018/2019
O biênio de 2018/2019 foi decisivo para nós. Nesse período, conseguimos nos firmar no território, nos inserindo de forma determinante junto aos atores locais no desenvolvimento de ações nos ambientes costeiros e marinhos.
Até 2018, nossa posição era de observadores dos eventos ocorridos nestas localidades. Nesse novo biênio, passamos a nos conectar mais e com mais qualidade com nossos parceiros, em um trabalho de escuta dos atores locais e apoio para o planejamento de base. Dessa forma, nos conectamos com aquilo que de fato é relevante para quem vive nesses territórios, garantindo uma atuação orientada para o desenvolvimento territorial conectado às questões socioambientais.
Entre as principais atividades realizadas neste biênio, destacam-se o incentivo à participação social efetiva e inclusiva na construção do ordenamento territorial costeiro e marinho; o fortalecimento de arranjos locais e possíveis parcerias para o uso público em áreas litorâneas; as pesquisas desenvolvidas para auxiliar a compreensão das realidades locais e que deram suporte para a tomada de decisões; o apoio a negócios comunitários primando pelo desenvolvimento sustentável; o fomento da articulação em rede e da implementação de ações em parceria para contribuir com a conservação dos recursos naturais; e a melhoria dos modos de vida das populações locais.
Neste biênio, focamos nosso trabalho em quatro temas principais:
-
Participação social na construção de políticas públicas para a zona costeira.
Em 2018, percebemos a necessidade de fortalecer a participação social na implementação de medidas de gestão em áreas marinhas protegidas. Essa urgência se transformou em nosso principal projeto de 2018, resultando em ações de fomento ao engajamento social na elaboração dos planos de manejo das Áreas de Proteção Ambiental Marinhas do Estado de São Paulo, o que, por sua vez, nos inseriu de maneira ativa neste território. A participação nesta iniciativa ampliou nossa rede de relacionamentos, posicionando o Linha D’Água como organização atuante nos temas de Áreas Marinhas Protegidas e Pesca Responsável, com foco em etnoconservação, que considera conhecimentos tradicionais e técnico-científicos para a construção de políticas públicas.
-
Pesquisas para subsidiar a gestão compartilhada.
Este foi um de nossos temas prioritários de atuação, principalmente nas questões de Uso Público das Áreas Marinhas Protegidas. As pesquisas desenvolvidas diagnosticaram tanto os arranjos locais para a realização da visitação em áreas protegidas, quanto monitoraram e avaliaram os parâmetros ambientais para testar os impactos dessas atividades turísticas nas AMPs.
-
Empreendimentos solidários associados à visitação em áreas protegidas.
Neste tema, nos envolvemos desde o incentivo a processos participativos e inclusivos, até o fomento direto a negócios. Apoiamos o desenvolvimento do Turismo de Base Comunitária, entendendo sua relevância como modelo de turismo protagonizado pelas comunidades, que valoriza as culturas locais, a conservação do meio ambiente e os modos de vida tradicionais.
-
Articulação em redes colaborativas.
Outro tema de destaque neste biênio foi o fomento às redes colaborativas. As parcerias firmadas envolveram o incentivo ao encontro de comunidades para debater os rumos do desenvolvimento territorial, a participação de movimentos socioambientais em eventos nacionais e internacionais, a realização de eventos científicos internacionais e a articulação de pesquisadores em início de carreira para a construção de conhecimento compartilhado sobre o sistema costeiro e marinho brasileiro.
Para concluir, é essencial dizer que todos os projetos por nós apoiados são acompanhados e monitorados de perto em reuniões, visitas de campo e entrevistas com os beneficiários das atividades. Além disso, os aspectos financeiros e programáticos também são constantemente avaliados. Como resultados, enumeramos as diversas atividades realizadas com os diferentes públicos, a produção de materiais formativos, a geração de renda, o surgimento de novas atividades e os impactos positivos nas comunidades parceiras, buscando identificar novas conexões e novas ações relevantes para agir de forma cada vez mais efetiva nos territórios onde atuamos.